Entendendo a Doença dos Cristas (Vertigem Posicional Paroxística Benigna – VPPB)

Mulher de pele clara e cabelo castanho claro, com expressão de desconforto, toca a lateral da cabeça como se estivesse sentindo tontura. Ao fundo, dois modelos anatômicos do ouvido interno são exibidos, representando os canais semicirculares e a cóclea, estruturas relacionadas ao equilíbrio, sugerindo o contexto da Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB).

A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), também conhecida popularmente como “doença dos cristais”, é uma das causas mais comuns de vertigem. O nome complicado esconde uma condição que, embora benigna, pode ser bastante desconfortável e limitante.

Neste artigo, você vai entender:

  • O que é a VPPB
  • Quais são as causas
  • Quais os sintomas e como é feito o diagnóstico
  • Como a otorrinolaringologia e a otoneurologia tratam o problema
  • Cuidados importantes e o alerta contra a automedicação

O Que É a VPPB?

A VPPB é uma alteração no labirinto (estrutura do ouvido interno responsável pelo equilíbrio) causada pelo deslocamento de pequenos cristais de carbonato de cálcio – conhecidos como otólitos – que saem de sua posição original e se movimentam de forma anormal dentro dos canais semicirculares do ouvido.

Esse deslocamento provoca vertigem intensa ao mudar a posição da cabeça, como ao se deitar, levantar ou olhar para cima, gerando a típica sensação de que tudo está girando.

Causas da VPPB

A VPPB pode surgir sem causa aparente (idiopática), mas em muitos casos está associada a:

  • Traumas na cabeça ou pescoço
  • Infecções virais do ouvido
  • Cirurgias de ouvido ou dental
  • Prolongada permanência na mesma posição (acamados)
  • Idade avançada (a degeneração natural favorece o deslocamento dos cristais)

Sintomas Comuns

Os sintomas da VPPB costumam ser bastante característicos:

  • Vertigem de curta duração (menos de 1 minuto), desencadeada por movimentos específicos da cabeça
  • Sensação de desequilíbrio ou instabilidade
  • Náuseas ou vômitos leves
  • Zumbido ou pressão no ouvido (em alguns casos)
  • Ausência de perda auditiva significativa

Essas crises podem se repetir por dias ou semanas, impactando diretamente a qualidade de vida do paciente.

Como é Feito o Diagnóstico?

O diagnóstico da VPPB é clínico, baseado nos sintomas e em testes realizados pelo médico otoneurologista, como:

  • Manobra de Dix-Hallpike
  • Teste de posicionamento supino lateral
  • Vectoeletronistagmografia (VENG) para analisar o movimento ocular reflexo ao estímulo labiríntico

Esses testes ajudam a identificar o canal semicircular afetado e confirmar a presença dos cristais deslocados.

Tratamento da VPPB pela Otorrinolaringologia e Otoneurologia

O tratamento da VPPB é bastante eficaz e normalmente não exige o uso de medicamentos. O principal método utilizado é a manobra de reposicionamento canalicular, como:

  • Manobra de Epley
  • Manobra de Semont
  • Manobra de Brandt-Daroff (realizada em casa sob orientação médica)

Essas técnicas reposicionam os otólitos para o local correto no labirinto, aliviando os sintomas em poucos dias.

Em casos recorrentes, pode ser necessário realizar sessões de reabilitação vestibular com exercícios específicos para o equilíbrio.

⚠️ Importante: remédios para tontura ou enjoo não tratam a causa da VPPB. Eles podem até atrapalhar o diagnóstico e a recuperação se usados sem indicação médica.

Automedicação: Um Risco à Saúde

É comum que pacientes tentem se automedicar com medicamentos para tontura (como flunarizina, betaistina ou antieméticos), mas isso não resolve o problema dos cristais deslocados e pode retardar a melhora.

Sempre consulte um otorrinolaringologista ou otoneurologista para o tratamento correto.

Quando Procurar um Especialista?

Procure ajuda médica se você:

  • Sente vertigem ao deitar, levantar ou virar a cabeça
  • Tem crises frequentes ou que pioram com o tempo
  • Está inseguro para andar ou realizar atividades simples
  • Já foi diagnosticado com VPPB e os sintomas voltaram

Conclusão

A VPPB é uma condição benigna, mas que pode ser extremamente incapacitante se não for tratada adequadamente. Com o acompanhamento especializado em otorrinolaringologia e otoneurologia, o diagnóstico é rápido e o tratamento costuma trazer alívio já nas primeiras sessões.

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