Síndrome da Terceira Janela: O Que É, Causas e Tratamentos

Um médico otorrinolaringologista de meia-idade, com cabelo castanho e barba grisalha, examina o ouvido de uma mulher jovem usando um otoscópio. A paciente, com cabelos loiros e expressão séria, olha para frente enquanto o profissional, vestindo jaleco branco e com um estetoscópio pendurado no pescoço, realiza o exame com atenção. A cena ocorre em um ambiente bem iluminado, sugerindo um consultório médico.

A síndrome da terceira janela é uma condição rara do ouvido interno que pode causar sintomas auditivos e de equilíbrio bastante peculiares, como ouvir o próprio batimento cardíaco ou sentir tontura ao escutar sons altos.

Neste artigo, você vai aprender:

  • O que é a síndrome da terceira janela
  • Quais são as causas
  • Quais sintomas observar
  • Como funciona o diagnóstico
  • Como o otorrinolaringologista pode ajudar
  • Por que você nunca deve se automedicar

O Que É a Síndrome da Terceira Janela?

O ouvido interno possui duas “janelas” naturais: a janela oval e a janela redonda, que ajudam a transmitir e dissipar as vibrações sonoras. A síndrome da terceira janela ocorre quando surge uma abertura anormal no osso do labirinto, criando uma “terceira via” por onde as vibrações também se dissipam, alterando o funcionamento do sistema auditivo e vestibular.

Essa terceira janela afeta o equilíbrio dos líquidos no ouvido interno e interfere tanto na audição quanto na percepção de movimento.

Principais Causas

A causa mais comum dessa síndrome é a descontinuidade óssea no canal semicircular superior, chamada de:

  • Deiscência do canal semicircular superior (DCSS)

Outras causas possíveis incluem:

  • Malformações congênitas
  • Traumas cranianos
  • Cirurgias otológicas prévias
  • Tumores que afetam a anatomia óssea da orelha interna

Sintomas Comuns

Os sintomas variam, mas geralmente incluem:

  • Autofonia (ouvir a própria voz, respiração ou batimentos cardíacos com volume aumentado)
  • Tontura ou vertigem desencadeada por sons altos ou mudanças de pressão
  • Sensação de desequilíbrio
  • Sensibilidade excessiva a sons corporais (mover os olhos ou mastigar pode causar sons audíveis internamente)
  • Perda auditiva condutiva leve
  • Zumbido pulsátil (em ritmo com os batimentos cardíacos)

Esses sintomas são diferentes de outros distúrbios labirínticos e frequentemente confundidos com labirintite, Doença de Ménière ou problemas neurológicos.

Como É Feito o Diagnóstico?

O diagnóstico deve ser feito por um otorrinolaringologista com experiência em otoneurologia. Os exames incluem:

  • Tomografia de alta resolução do osso temporal
  • Audiometria (que pode mostrar perda condutiva sem causa no tímpano ou ossículos)
  • VEMP (Potencial Evocado Miogênico Vestibular), que avalia a função do labirinto
  • Testes clínicos vestibulares

É essencial que esses exames sejam avaliados por um especialista experiente, pois o diagnóstico exige correlação entre imagem e sintomas clínicos.

Tratamentos Disponíveis

O tratamento dependerá da gravidade dos sintomas:

Casos leves:

  • Acompanhamento clínico
  • Evitar sons altos e mudanças bruscas de pressão
  • Reabilitação vestibular

Casos moderados a graves:

  • Cirurgia para correção da terceira janela
    • O procedimento consiste em selar a abertura anormal com enxerto ósseo ou material biocompatível.
    • Pode ser feito por via transmastóidea ou craniotomia em centros especializados.

⚠️ Importante: medicamentos não devem ser tomados por conta própria. O uso de remédios sem prescrição pode mascarar os sintomas ou até piorar o quadro clínico. O tratamento correto depende de uma avaliação médica cuidadosa.

Quando Procurar um Especialista?

Você deve procurar um otorrinolaringologista com formação em otoneurologia se:

  • Está ouvindo sons do próprio corpo com volume elevado
  • Sente tontura com sons altos ou barulho ambiente
  • Tem perda auditiva inexplicável e sensibilidade auditiva aumentada
  • Já consultou outros profissionais, mas ainda sem diagnóstico preciso

Conclusão

A síndrome da terceira janela é uma condição rara, mas com sintomas bastante incômodos e impactantes. O diagnóstico correto pode evitar tratamentos errados e garantir qualidade de vida ao paciente. Se você suspeita desse quadro, não se automedique: procure um especialista capacitado.